A participação da REP Seguros na Intersolar South America 2025 deixou claro um ponto essencial: o setor de seguros já não pode mais ser visto como coadjuvante na expansão da energia solar no Brasil, mas sim como parceiro estratégico para a sustentabilidade e segurança desse mercado em franco crescimento.
O evento, considerado o maior da América Latina no segmento solar, reuniu players nacionais e internacionais e evidenciou a necessidade de soluções inovadoras para desafios que vão muito além da geração de energia. E foi nesse contexto que a REP Seguros reforçou sua visão de que proteger investimentos é condição fundamental para garantir o futuro do setor.
Entre os temas mais discutidos na feira, destacou-se o avanço das tecnologias de armazenamento de energia, sobretudo com a forte presença de empresas chinesas no mercado de baterias. Essa tendência não apenas promete reduzir desperdícios e ampliar a eficiência das usinas solares, como também traz novos riscos que precisam ser adequadamente mensurados e cobertos. Afinal, equipamentos sofisticados significam também maiores responsabilidades na sua proteção.
Outro ponto que emergiu foi a questão do curtailment, os cortes na geração elétrica por excesso de oferta. Em 2025, esse fenômeno alcançou recordes e trouxe perdas significativas para os produtores. Ao mesmo tempo em que revela a maturidade do mercado, expõe a vulnerabilidade financeira de investidores que, sem seguro adequado, ficam sujeitos a prejuízos que podem comprometer a viabilidade de seus negócios.
Os riscos não param por aí. Roubo e furto de equipamentos cresceram drasticamente nos últimos anos, assim como eventos climáticos extremos, como granizo, ventos fortes e enchentes, cada vez mais frequentes diante das mudanças climáticas. Soma-se a isso a possibilidade de falhas técnicas em inversores, módulos ou baterias e o resultado é um conjunto de ameaças que exige cobertura especializada.
É nesse cenário que entram os seguros Property & Casualty (P&C), oferecidos por empresas como a REP Seguros. Mais do que um mecanismo de compensação financeira, essas soluções se tornaram instrumentos de gestão de risco, fundamentais para assegurar a continuidade das operações e a confiança de investidores e financiadores.
Seja por meio de seguros de riscos de engenharia, que protegem projetos em fase de construção, ou seguros patrimoniais, que cobrem danos físicos a plantas em operação, o setor segurador amplia sua relevância. Não menos importante, estão as coberturas de lucros cessantes, que garantem a receita de projetos paralisados, e de responsabilidade civil, que protegem contra danos a terceiros.
Essa evolução mostra que o setor de seguros deixou de ser apenas um guardião patrimonial para se tornar um verdadeiro viabilizador de negócios no mercado solar. A integração com tecnologias digitais, a oferta de coberturas personalizadas e o uso de ferramentas de análise de risco avançadas estão permitindo uma adaptação rápida às novas demandas.
Ainda assim, há desafios a superar. O alto custo dos prêmios em grandes projetos, a baixa adoção entre pequenos geradores e a ausência de padronização técnica em muitos empreendimentos são barreiras que exigem debate e inovação. Há também uma lacuna regulatória em modelos híbridos e sistemas inovadores que precisa ser endereçada para dar mais segurança ao investidor.
Por outro lado, as oportunidades são expressivas. O crescimento acelerado da energia solar no Brasil, impulsionado pela busca por sustentabilidade e pela queda no custo dos equipamentos, abre espaço para novos modelos de negócio, como energia por assinatura e leasing. Em todos esses casos, o seguro pode atuar como diferencial competitivo, garantindo previsibilidade e confiança.
Outro vetor de crescimento é a maior exigência de seguradoras e bancos para a liberação de crédito, o que tende a estimular a contratação de apólices. Além disso, os incentivos financeiros verdes estão fortalecendo a demanda por soluções que unam proteção e responsabilidade ambiental.
No fundo, o que a Intersolar South America deixou claro é que não há avanço consistente na transição energética sem segurança. E segurança, nesse contexto, significa também seguro. A REP Seguros, com sua tradição e capacidade de adaptação, mostrou estar preparada para assumir esse papel de protagonista.
O futuro da energia solar no Brasil dependerá não apenas de tecnologia e investimento, mas também de confiança. E essa confiança só se constrói quando riscos são reconhecidos, gerenciados e protegidos. Nesse sentido, a participação da REP Seguros no evento não foi apenas institucional, mas uma afirmação de que o setor de seguros é, hoje, parte essencial da estratégia para um mercado solar mais sólido e sustentável.
Kamila Figueredo Lima, especialista de Property e Rodrigo Gabriel de Oliveira, Consultor de Power Energy da REP Seguros